ESTÊVÃO DA FONTOURA

O encontro com a performer portuguesa Ines Salpico e com a fotógrafa chilena Andrea Matte no palácio Marquês do Pombal, situado no bairro do Chiado em Lisboa, suscitou diversas conversas sobre colonialismo, imigração, história, América Latina e relações entre Brasil e Portugal. Dessa conversa surgiu a performance EURO. Neste prédio do século XVIII, ricamente decorado com o ouro brasileiro, uma portuguesa e um brasileiro despejam uma espécie de ladainha de antigas mágoas e acusações. Um contra o outro, um de costas para o outro. Com as mesmas notas de euro coladas ao corpo, colonizador e colonizado entram em um diálogo onde expõem antigas diferenças, mas subitamente percebem-se lado a lado - unidos pelo passado e pelo presente em comum.

Eu roubei riquezas
Eu rocei as roças
Eu roguei pragas
Eu rompi barreiras
Eu rolei os dados
Eu rodei o mundo
E cá estamos

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